Série: Das questões do amor

Das questões do amor



Poemas do livro: À minha última pergunta responda, não.


Cicatriz no coração

Uma cicatriz enorme
Deixou no meu coração
A moça de uniforme
Da loja de colchão

Fez-me acreditar
Que amá-la eu poderia
Depois parei para pensar
Apenas eu a queria

Como me levar eu pude?
Sempre nos engana esse tal de amor
Deixei-a escapar sem atitude
Ao menos um beijo, por favor!

Com uma rima barata vou retribuí-la:
Porque a escolha foi dela
Fingiu ser singela
Escapou deixando sequela
Que tipo de pessoa é ela?


A procura de inspiração

Precisava de inspiração
Mas não sabia onde e nem como a encontraria
Pensei em que tipo de ilusão devesse me apaixonar
Depois fiz uma prece
Ao Senhor,  Cristo Jesus
Que alegrasse o meu coração
Que  me trouxesse um pouco de paz

O que me inspiraria a escrever coisas
A inspiração poderia vir daquele olhar que ela me dera.
Ela, a moça na esquina da sorveteria.
Menina bonita, elegante e singela
Atrás dela eu correria
Se tivesse tido força para sair do lugar...

Dias depois eu a encontrei e para a minha surpresa
Não me iludi, não me apaixonei... nada de inspiração.
Acho que  a inspiração está além da busca
A inspiração nunca chega antes do amor.


De pai para filho


Meu filho, quando nascestes
Cabias na palma da minha mão
Agora que crescestes
Sinto-me tão perto do chão.

Tu crescestes e se formastes
Foi como um vento passageiro
E nem ao menos notastes
Que eu passei tudo isso primeiro.

Hoje honrado tu és
Na vida ganhou mais do que perdeu
Da cabeça aos pés
Teve de Deus tudo o que Ele prometeu.

Talvez um dia tu entenderás
Porque eu sempre dizia
que a repreensão que eu lhe valia
Transformar-te-ia no homem que serás.


Voltar?

Sei que já não estás mais me esperando
No raiar do sol penso em nós...Em ‘ se’
Mas os nossos caminhos estão se desencontrando
E a longa noite termina sem ti.

Era um amor de eternamente
Uma colisão sempre renovada
Dois corações se chocaram de frente
Boa história para ser contada.

Sofrendo tanto, eu estou
Mas creio que vou aguentar
Porque essa trama já mudou
Acredite, meu coração vai superar.

É!  Vou pensar em mim
Pois agora sei quem tu és
Tudo que começa tem mesmo um fim
Não trocarei as mãos pelos pés.

Amo-te! Sempre amarei
Foi bom enquanto durou
Mas, minha amada, ouça o que direi
Perdoe-me, mas para mim tudo acabou.

Amizade

Poema dedicado aos amigos/irmãos: Marcos Paulo Miranda, Antonio Pedro, Jones Castro, Helter Bruno, Ederson Faleiro, Vinicius Cardoso, Saulo e Marquim.


Sinto saudade dos amigos da infância
Os que deixei para trás sem dar importância
Há uma recordação de cada um em minha cabeça
E sinceramente espero que eu não as esqueça.

Deixei alguns e achei variados
De cor, de distintas religiões, mas a maioria atrapalhados
A vida é uma curta viagem
E por isso meus amigos e eu a levamos na malandragem .


Brinquedos de verdade

Brinquedo de verdade é nadar na lama escura
Se sujar, se sujar, se sujar...
Sem frescura.

Jogar bola até ela se furar
Soltar pipa até escurecer
Vê-la no céu perdurar
Pique pega, correr e correr...

Pular amarelinha
Até as pernas se cansarem
Fazer pegadinha
Para todos se alegrarem.

Pular corda rapidamente
Fazer bolhas de sabão
Fingindo de inocente
E depois fazer careta chupando limão.

Comer melancia e ver o caldo escorrer pelo braço
Saborear a manga e o rosto lambrecar
Chupar a laranja e comer o bagaço
Ser criança e com a vida não se importar.

Fica triste, não!
 
Não sei o porquê de tua dor
E porque te noto infeliz
Se usei levemente o apagador
E no retângulo  apenas o giz.
 
Nesse quadro desenhei o planeta Netuno,
Rabisquei... Usei várias cores matiz
Escrevi frases de amor, dentro do prumo,
E o teu semblante continua infeliz.

Das curvas sinuosas, 
O que  se  diz?
Em tuas mãos pétalas de rosas
Desse semblante que não mostra um triz.
 
E esse apagador, que desliza e nada vê
Que não tem preconceito de raça ou de cor 
Não destrua das faces dela, as linhas rosé,
Mas apague do seu peito, a dor.


Para ter o amor de Julieta

Num belo dia o amor propiciou
O tempo ficou anestesiado
No flerte que sincronizou
O amor profetizado

Satisfação mútua
A primeira vista
O cupido em sua labuta
Tirou dois nomes de sua lista.

Ambos a esse amor se dedicaram
A certeza era de um final feliz
Então, de cabeça mergulharam
Mas, dessa vez, o poeta não quis.

A morte da moça estava predestinada
Romeu ficaria sem Julieta
A conquista do cupido lhe foi arrancada
A história que já estava escrita, agora é feita.

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